Segunda, 23 Abril 2018 12:46

Imunocastração de suínos garante carcaça de alto nível para indústria

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A imunocastração, técnica inovadora e alternativa à tradicional castração cirúrgica comum nas granjas de todo o Brasil, apresenta melhorias cientificamente comprovadas na qualidade da carcaça suína, além da garantia de uma carne livre do chamado “cheiro de macho”, o odor sexual dos animais inteiros.

 

Esse tema foi discutido durante uma palestra ministrada pelo Dr. José Vicente Peloso, médico veterinário especialista em melhoramento genético animal e consultor da Zoetis, que aconteceu dia 19/04, em Conceição do Castelo. O encontro correspondeu ao primeiro módulo do Programa Anual de Capacitação de Suinocultores - Qualificases, promovido pela Associação de Suinocultores do Espírito Santo (ASES), com o apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

 

Durante o evento, o médico veterinário da empresa Zoetis e responsável pela operação da Vivax® no Centro-Oeste e Sudeste, Leandro Koga, chamou a atenção para a importância da eficiência na produção de carne suína diante de um mercado cada vez mais exigente.

 

“A palavra de ordem é eficiência. Isso significa menor custo de produção, mais competitividade, adoção de tecnologias inovadoras, ganhos mais expressivos e alinhamento às novas demandas dos consumidores, que mais do que nunca querem saber a trajetória do animal e o tratamento recebido por ele até chegar à mesa”, afirmou Leandro.

 

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Entre os benefícios da nova técnica, de acordo com Dr. Peloso, estão a melhora no ganho de peso e na conversão alimentar, a redução do consumo de ração em torno de 6 a 10% e, principalmente, o ganho de quantidade de carne e diminuição expressiva de toucinho na carcaça do animal, características cada vez mais procuradas pelos frigoríficos.

 

“A carcaça do imunocastrado é um pouco mais leve, porém com mais carne, o que gera maior valor agregado nos mercados nacional e internacional. O mesmo se dá com o pernil, que apresenta menos toucinho e mais carne”, esclareceu Dr. Peloso.

 

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Essa capacidade de fornecer uma barriga pesada, mas magra, isto é, maior rendimento de carcaça, e a eliminação do odor sexual causado pela androstenona (feromônio derivado da testosterona) e o escatol, fruto da degradação da dieta no intestino grosso do animal, são as principais vantagens do uso da imunocastração.

 

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Protocolo de aplicação e nova legislação

 

A técnica exige duas aplicações, sendo a segunda há, no mínimo, 21 a 28 dias antes do abate. O processo é bem dinâmico: um aplicador bem treinado é capaz de vacinar em torno de 300 suínos por hora.

 

A vacina age no hipotálamo, glândula localizada no cérebro do animal, atuando na supressão da liberação do hormônio GnRH que desencadeia a atividade testicular, paralisando a produção de androstenona, a metabolização do escatol e o comportamento de macho inteiro.

 

Por se tratar de uma vacina, a imunocastração não deixa resíduos na carne, não é um hormônio e nem um medicamento, então a carência para o abate é zero.

 

A legislação recente não exige mais a mensuração do testículo e o chamado teste de cocção para confirmação da eficiência da vacina, no entanto a granja e o frigorífico precisam apresentar documentos para comprovar a utilização correta da técnica. Munidos dos referidos papéis, incluindo a declaração de imunocastração, é preciso alinhar o abate com o serviço de inspeção.

   

 

Vantagens da imunocastração:

 

  • Rendimento: mais carne e menos toucinho, a preferência da indústria;
  • Menos mortalidade devido às infecções causadas pelo método tradicional de castração cirúrgica;
  • Menor consumo de ração: economia com transporte e logística de alimento para o animal;
  • Otimização da propriedade: animais ficam aptos ao abate mais cedo;
  • Atende a demanda por bem-estar animal;
  • Elimina com eficácia o “cheiro de macho” da carne;
  • Uniformização dos lotes em termos de peso por animal.

 

 

 

 

 

 

           

Última modificação em Segunda, 23 Abril 2018 13:12