Terça, 26 Julho 2022 15:38

Apesar do crescimento da oferta de carne suína, indicadores de mercado trazem certo otimismo para o segundo semestre

Avalie este item
(0 votos)

No último boletim de mercado da ABCS, publicado em meados de junho, afirmamos o seguinte sobre as cotações da Bolsa de suínos de Belo Horizonte (BSEMG):

 

Em 26 de maio foi retomado o viés de subida, chegando a R$ 7,30 em 09 de junho, valor acordado até o dia 23 (…), caso esta cotação se mantenha ou aumente nas duas últimas bolsas do mês de junho (dias 23 e 30/06) isso pode ser, finalmente, o sinal de uma efetiva virada no mercado, com o ajuste da oferta à demanda interna de carne suína.

 

De fato, as cotações da BSEMG entre 23/06 e 14/07 ficaram com média superior a R$ 7,30, porém, em 21/07 houve um recuo para R$ 6,80, valor próximo ao início de junho, quando o viés de alta se iniciou. É possível afirmar que houve uma mudança de patamar nos preços, não somente em Minas Gerais, mas também nas demais regiões produtoras do Brasil (gráfico 1), tendência de alta, com períodos de pequeno recuo e estabilidade que deve se confirmar ao longo do segundo semestre, quando tradicionalmente a demanda por carne suína aumenta.

 

Ainda não foram publicados os dados oficiais de abate do segundo trimestre pelo IBGE, porém, extraoficialmente, dados publicados pelo MBAgro indicam que em abril e maio e junho/22 houve um crescimento de 6,3%; 13,6% e 11%, respectivamente, no número de cabeças em relação ao mesmo período do ano passado (dados publicados pelo MBAgro). Cruzando estas informações de produção com as exportações do mesmo período, estima-se uma disponibilidade interna ao redor de 327 mil toneladas em abril, 380 mil toneladas em maio e 368 mil toneladas em junho (tabela 1). Considera-se ao redor de 315 mil toneladas mensais de disponibilidade interna como o ponto de equilíbrio entre oferta e a demanda, abaixo do qual o preço deve ficar atrativo ao produtor independente. Ou seja, excetuando-se as oscilações sazonais de demanda A disponibilidade interna acima de 315 mil toneladas tende a derrubar os preços a patamares que determinam margens negativa aos suinocultores, especialmente em momentos de custo de produção ainda relativamente elevados como agora.

 

Por exemplo, para se ter uma melhor noção do que representam as 380 mil toneladas despejadas no mercado doméstico em maio, se extrapolarmos este volume para o ano, equivaleria a um consumo per capita de 21,2 kg/habitante/ano, sendo que o ano passado fechou com média de pouco mais de 18 kg por habitante. Todos estes números indicam que a tão esperada redução de oferta doméstica de carne suína ainda não se concretizou, pelo contrário, no acumulado do primeiro semestre de 2022 estima-se que foram disponibilizadas mais 214,6 mil toneladas (+11,34%) em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, o preço pago ao produtor demonstra reação e como veremos adiante, os custos devem recuar diante de uma supersafra de milho em fase de colheita.

 

Saiba mais em https://abcs.org.br/noticia/apesar-do-crescimento-da-oferta-de-carne-suina-indicadores-de-mercado-trazem-certo-otimismo-para-o-segundo-semestre/

 

Fonte: Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS)