Segunda, 16 Janeiro 2017 13:22

Milho tem semana negativa no mercado interno e registra queda de quase 10%

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A segunda semana do ano foi de queda aos preços do milho praticados no mercado brasileiro. De acordo com levantamento realizado pelo economista André Lopes a praça de Não-me-toque (RS) foi a que registrou maior desvalorização com a saca a R$ 29,00, uma perda de R$ 3,00, o equivalente a 9,38%. Ainda no estado gaúcho, a praça de Panambi apresentou recuo de 9,36%, com a saca do cereal a R$ 29,04.

 

Em São Gabriel do Oeste (MS), a queda ficou em 7,14%, com a saca do grão a R$ 26,00. No Paraná, as praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel registraram queda de 5,17%, com a saca a R$ 27,50, uma redução de R$ 1,50. No Porto de Paranaguá, o valor futuro também caiu, cerca de 1,61%, com a saca a R$ 30,50. Rio Verde (GO), foi a única praça a registrar valorização, de 1,56%, com a saca a R$ 32,50.

 

Segundo dados dos analistas, o cenário é decorrente do cenário mais tranquilo em relação à oferta e demanda. Essa semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reportou suas projeções para a safra brasileira. No caso dos estoques de passagem da safra 2015/16, os números foram revistos, uma vez que as exportações desta temporada foram revisadas para baixo.

 

Inicialmente, as exportações estavam previstas em 24 milhões de toneladas, porém, a perspectiva é que o ano comercial, fevereiro/16 a janeiro/17, feche com um volume embarcado de 18,3 milhões de toneladas. "Com isso, ao invés de termos 5 milhões de toneladas de excedente doméstico temos mais de 9 milhões de toneladas de estoque de passagem, o que implica em um mês de consumo", disse o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves, em recente entrevista ao Notícias Agrícolas.

 

Por outro lado, a safra de verão foi projetada em 28,40 milhões de toneladas nesta temporada. E em algumas regiões produtoras os agricultores já iniciaram a colheita do cereal. No Rio Grande do Sul, em torno de 10% da área plantada já colhida até o momento.

 

Além disso, outro fator que também contribui para pressionar as cotações do cereal é a perspectiva favorável para a segunda safra. Ainda conforme dados da companhia, os produtores brasileiros poderão colher 56 milhões de toneladas de milho na safrinha. "E para mudar a perspectiva de preços, precisaremos manter um bom ritmo de exportação, acima de 24 milhões de toneladas, ou de algum fator que interfira no tamanho da oferta", explica o pesquisador.

 

Fonte: Notícias Agrícolas - Fernanda Custódio